Na última semana de junho, a Abrapa (Associação Brasileira de Produtores de Algodão), atualizou as estimativas de colheita do algodão. A previsão para a safra 2021/22 de algodão é de um aumento de 10,8% na produção em relação ao ciclo anterior, número inferior às estimativas iniciais apresentadas pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). A Companhia também mostra seus dados atualizados sobre o andamento da colheita de algodão, que totalizava 7,4% de área colhida até dia 25/06, um processo mais avançado que o mesmo período da safra 2020/21.

Apesar da queda na previsão de crescimento, os números continuam positivos em relação à produção de algodão nesta safra. Ainda assim, é inegável que as intempéries climáticas que atingiram as regiões produtoras, com chuvas excessivas ou secas, prejudicaram a produtividade das lavouras pelo país. Por isso, é possível inferir que o incremento nesta safra se deve ao aumento da área dedicada à cultura do algodão (+16,8%), favorecendo a ampliação da produção, que está estimada em 2.609 mil toneladas de algodão em pluma.

O mercado, por sua vez, demonstra boa demanda e ótimos preços para o algodão brasileiro. Em maio deste ano, a exportação da pluma apresentou ótimos índices, com uma alta de preços de 30% em comparação a maio de 2021. Com isso, o cenário é de rentabilidade elevada para o produtor de algodão no Brasil, que inicia a colheita vislumbrando perspectivas muito positivas para a cotonicultura nacional, apesar da revisão da projeção indicar queda da perspectiva inicial por conta do clima.

Andamento da colheita de algodão no Brasil

Em algumas regiões produtoras, a safra 2021/22 de algodão teve a colheita iniciada em abril. Apesar de avançar lentamente, já são 7,4% de área total colhida, considerando os sete Estados responsáveis por 98,2% da área cultivada, um número superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

As projeções indicam que a colheita de algodão será intensificada em julho, acolhendo as necessidades de abastecimento dos mercados internacional e nacional. Confira a seguir como está o andamento do processo de colheita nas principais regiões produtoras de algodão.

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Bahia

O Estado já apresenta 18% de área colhida, segundo dados levantados pela Conab até 25 de junho. As lavouras de sequeiro estão em fase de maturação e colheita, enquanto as irrigadas, em formação de maçãs. Apesar de a restrição hídrica no oeste do Estado limitar o potencial produtivo de algumas lavouras, esta safra de algodão baiano, de maneira geral, projeta boa produtividade, especialmente por não haver perdas por pragas e doenças ao longo do cultivo.

Goiás

No último levantamento, Goiás apresentou 3,0% de área colhida, demonstrando andamento do processo de colheita dentro do esperado. Ainda assim, muitas regiões do Estado foram afetadas por estresse hídrico ou geadas, o que atrasou o desenvolvimento das plantas e, em consequência, o início da colheita, cenário recuperado ao longo de junho. Esses fatores climáticos também podem reduzir a produtividade, contribuindo para a queda da média nacional. A maioria das lavouras estava em fase de maturação, enquanto as irrigadas encontravam-se em enchimento de maçãs.

Maranhão

A colheita de algodão no Maranhão foi iniciada e apresentou 1,0% de andamento até a data do último levantamento. Os cultivos estão em fase de maturação, com condições climáticas que favorecem o desenvolvimento das lavouras. A previsão é de que o processo de colheita seja realizado entre a segunda quinzena de junho e o começo de setembro.

Mato Grosso

A geada que acometeu a região em meados de maio levou à antecipação da colheita de alguns talhões, assim, a operação já atinge 4,4% do total da área cultivada no Estado. De maneira geral, as lavouras de algodão ainda estão em fase de maturação, e os produtores vislumbram bons rendimentos, com cultivos vigorosos.

Mato Grosso do Sul

A colheita de algodão no Estado avança com sucesso, principalmente nas regiões norte e nordeste, somando 14% de área colhida. Em outras áreas, as lavouras estão em fase de formação de maçãs ou maturação, com atrasos no desenvolvimento das plantas por conta do frio intenso que acometeu o Estado no mês de maio. Segundo as últimas avaliações, as condições climáticas são favoráveis à cotonicultura na região.

Minas Gerais

As lavouras mineiras são as mais avançadas no processo de colheita de algodão, alcançando 15% de área colhida, número inferior ao mesmo período da safra anterior. Isso porque as lavouras irrigadas tiveram a velocidade de desenvolvimento das plantas comprometida por conta da frente fria vivenciada em maio.

Piauí

O Estado já está com 8% do algodão colhido, um andamento mais avançado que o mesmo período do ano anterior. As operações de colheita iniciaram principalmente no sul, onde o clima se apresentou favorável. Demais lavouras se encontram em fase de maturação.

Perspectivas para a safra 2021/22 de algodão são positivas

Considerando dados de oferta e demanda em âmbito mundial, que valorizam a pluma brasileira frente à baixa disponibilidade de algodão no mercado, as perspectivas são positivas para os cotonicultores brasileiros, que esperam boas produções e alta rentabilidade.

O andamento da colheita de algodão está em vias de ser intensificado em julho, com projeção de encerramento em setembro. O grande volume de pluma que se espera produzir, mesmo com os recentes desafios climáticos, só é possível pela evolução da cotonicultura brasileira ao longo dos anos, com impulsionamento de inovações e divulgação de conhecimento.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.

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